Etnias

Etnias

Não existem dados oficiais sobre a composição étnica da população paraguaia, devido a que a Dirección General de Estadísticas, Encuestas y Censos do Paraguai não inclui o item raça ou etnia, embora inclua a porcentagem de indígenas puros que habitam o país (segundo o censo do ano 2002, a população indígena do Paraguai representava 1.7% da população). Cerca de 40.000 índios puros habitam as florestas do Chaco Ocidental e do Nordeste. A população do país, que antes da Guerra do Paraguai (1864-70) era de 500.000 habitantes, foi reduzida a menos da metade depois do conflito. A evasão por questões políticas ou econômicas também contribuiu para a baixa densidade demográfica. Existe, porém, uma ampla presença europeia, que representa uma grande parte da população, principalmente de espanhóis, alemães, italianos (que têm contribuído a repovoar o país após a Guerra da Tríplice Aliança).[24] Uma das últimas e importantes correntes imigratórias do país foi a dos menonitas alemães estabelecidos, maiormente, na Região Ocidental.
A imigração após a Guerra do Paraguai foi fundamental para a reconstrução do país: "Após a Guerra contra a Tríplice Aliança, o Paraguai dizimado precisava recuperar a sua sociedade, tanto do ponto de vista demográfico como social, cultural, econômico e político. O governo paraguaio começou uma campanha para atrair imigrantes, especialmente europeus, para renovar e transformar a sociedade, atingindo assim o país, contingentes de italianos, argentinos, espanhóis, franceses, brasileiros, portugueses, alemães, uruguaios, austríacos, britânicos, entre outros, que foram os primeiros em abrir grupos empresariais e da indústria, mudando o tipo de vida cotidiana. A contribuição dos imigrantes no final do século XIX foi muito importante para o Paraguai, pois ajudaram a reativar a economia e influenciaram a construção de uma nova sociedade e, portanto, uma nova cultura nacional." (Regeneración de la Sociedad Paraguaya: Aporte de los Inmigrantes (1870-1904), Raquel Zalazar).
Alemães italianos japoneses, coreanos chineses, sírios, árabes, brasileiros e argentinos estão entre as nacionalidades minoritárias que se instalaram no Paraguai.

Predominância dos genes hispânicos em mestiços paraguaios

Uma recente pesquisa científica realizada por uma equipe franco-paraguaia e publicada na revista europeia "International Journal of Immunogenetics" na edição de fevereiro de 2011 chegou à conclusão da predominância dos genes espanhóis em mestiços paraguaios. A pesquisa publicada compara o sangue paraguaio com o sangue espanhol de origem andaluza (região de origem da maioria dos conquistadores no século XVI) e também com o sangue "guarani". O DNA extraído dos glóbulos brancos de 40 índios "Mbya Guarani" foi analisado através de modernas técnicas de biologia molecular (PCR) e foi tipificado o grupo sanguíneo HLA (nos glóbulos brancos). Após ter analisado as frequências do grupo sanguíneo e comparadas as distâncias genéticas entre mestiços paraguaios, espanhóis e guaranis do Paraguai, chegou-se às seguintes conclusões: 1) Os guaranis do Paraguai são geneticamente "muito diferentes" dos mestiços paraguaios e também dos espanhóis. 2) As distâncias genéticas são muito próximas entre mestiços paraguaios e espanhóis, enquanto são "muito distantes" entre mestiços paraguaios e guaranis do Paraguai. A predominância genética espanhola em mestiços paraguaios pode ser explicada através da história. Em 1537, 57 conquistadores espanhóis fundaram Assunção, a capital. Juntaram-se às mulheres guaranis nos primeiros anos, para dar origem à mistura hispano-guarani. Esta mistura foi intensa apenas durante as primeiras décadas da conquista, e foi então substituída por uma mestiçagem "mestizo-criolla" (descendentes de espanhóis nascidos no Paraguai). Ao mesmo tempo, a população guarani diminuía rapidamente devido às doenças e às guerras contra os novos habitantes